Caraíbas a Irecê

História

 

Até o século XVII, o interior da Bahia era habitado pelos índios aimorés, também chamados de botocudos. Nesse século, a região atualmente ocupada pelo município foi doada pelo rei de Portugal sob a forma de sesmaria para Antônio Guedes de Brito. Em 21 de fevereiro de 1807, João de Saldanha da Gama Mello Torres Guedes de Brito, descendente de Antônio, vendeu uma parte da sesmaria, chamada de Barra de São Rafael, para Filipe Alves Ferreira e Antônio Teixeira Alves. Uma parte de Barra de São Rafael era conhecida como Lagoa das Caraíbas ou Brejo das Caraíbas.

Até 1896, a região era conhecida como Carahybas. Nesse ano, por sugestão do tupinólogo Teodoro Sampaio, o nome foi mudado para Irecê, nome indígena que, segundo Teodoro Sampaio, significaria "pela água, à tona d'água, à mercê da corrente". No entanto, segundo o tupinólogo Eduardo Navarro, o nome está incorretoː segundo ele, em tupi antigo, "pela água" seria 'y rupi, e não 'y resé. Em 1906, foi criado o distrito de paz de Caraíbas, subordinado à subdelegacia de polícia de Morro do Chapéu.

O município de Irecê foi criado em 2 de agosto de 1926, pela lei 1 896, assinada no Palácio do Governo por Francisco Marques de Góes Calmon, com a denominação de Vila de Irecê. No entanto, por não ter renda suficiente que o caracterizasse como município, foi anexado a Morro do Chapéu, em 8 de Julho de 1931, pelo decreto nº 7 479, assinado no Palácio do Governo, por Arthur Neiva – Bernardino José de Souza.

A independência política de Irecê aconteceu de fato a partir do ano de 1933, através do decreto 8 452, de 31 de maio de 1933, assinado no Palácio do Governo, por Juracy Magalhães, restaurando o então extinto município.

Geografia

Situado a 478 km da cidade de Salvador, o município de Irecê fica na zona fisiográfica da Chapada Diamantina Setentrional, abrangendo toda a área do Polígono das Secas. Pertence à bacia do São Francisco. Ocupa posição de status por ser a maior cidade da microrregião, tendo a maior população e por ser a mais evoluída tecnologicamente.

O município de Irecê fica na zona fisiográfica da Chapada Diamantina Setentrional, abrangendo toda a área do Polígono das Secas. Pertence a bacia do São Francisco. Tem como limites os municípios de João Dourado, Presidente Dutra, Lapão e São Gabriel. As rodovias estaduais que ligam Irecê são a BA-052 (Estrada do Feijão), a BA-148 e a BA-432.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1973 a menor temperatura registrada em Irecê foi de 9,4 °C em 26 de julho de 2008. Outros registro abaixos dos 10 °C ocorreram em 2004, nos dias 26 de julho e 12 de agosto, ambos com mínima de 9,6 °C. O recorde de maior temperatura atingiu 39,1 °C em 3 de outubro de 2010. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 136,8 milímetros (mm) em 18 de março de 2003. Outros grandes acumulados iguais ou superiores a 100 mm foram 135,6 mm em 11 de janeiro de 1988 e 5 de novembro de 2000, 121,6 mm em 13 de fevereiro de 1998, 115 mm em 28 de novembro de 1980, 114,1 mm em 9 de novembro de 2000, 113 mm em 25 de outubro de 1999 e 105 mm em 24 de janeiro de 2000. Março de 1997, com 392,7 mm, foi o mês de maior precipitação, seguido por janeiro de 2016 (330,7 mm).

Economia

O município é famoso e reconhecido pelo grande potencial agrícola e agropecuário, tendo recebido o título de "Cidade do Feijão" e "Capital Mundial do Feijão" devido às grandes safras colhidas nas décadas de 1980 e 1990.

O município, em seus tempos áureos foi o primeiro produtor de feijão do nordeste, e o segundo do País.

A economia do município e região é baseada na produção agrícola de policultura, dando-se destaque, além da produção de mamona e feijão, à produção de cebola, tomate, beterraba, cenoura, pinha (que também tem grande destaque na região); baseia-se, também, a economia, na pecuária e no comércio local, que, há muito, deixou de ter, na produção agrícola, sua fonte de renda majoritária, tornando-se um grande polo de prestação de serviços.

O município de Irecê caracteriza-se como sendo polo de uma região compreendida por 28 cidades, sendo uma das cidades mais prósperas na área de comércio e serviços no estado da Bahia. Já no setor industrial, se destacam fábricas de móveis, confecções, gráficas, abate de frangos e fábricas no ramo de laticínios e doces. Com um forte comércio nos setores automobilístico, supermercados, vestuários, materiais de construção, varejos, atacadistas e distribuidoras que abastecem cidades circunvizinhas.

Seu comércio é reconhecido no cenário estadual. É o centro da região geográfico, de trânsito e de comércio da região, possuindo centenas de lojas e grupos empresariais que atuam em todos os segmentos.

Fonte : Wikepedia