Feriadão registra várias denúncias de agressões à mulher na região de Irecê

No Brasil, durante a pandemia, uma mulher morre a cada 9 horas. Na Bahia, apenas entre março e agosto, registrou 49 mortes por feminicídio.

Dentre os crimes mais recorrentes no boletim da polícia militar, um dos mais evidentes durante o último feriadão foi o de agressões contra a mulher. Irecê, Canarana, Presidente Dutra, Cafarnaum e Xique-Xique, tiveram denúncias de Maria da Penha no fim de semana.

Em Canarana, uma jovem de 27 anos deu entrada foi vítima de agressão física praticada por seu companheiro de 33 anos. Ela relatou que foi agredida com socos no rosto e no braço, além disto, seu companheiro quebrou os móveis da casa onde viviam no centro da cidade. O homem foi detido.

Em Presidente Dutra, a queixa veio da irmã do agressor, que ligou para a polícia dizendo que seu irmão estava agredindo a cunhada e tentando atirar pedras na mesma. A polícia encontrou o homem alterado e com um cabo de vassoura na mão, a mulher estava com um hematoma e decidiu prestar queixa contra seu companheiro.

No domingo, Irecê protagonizou dois casos de agressões a mulher. Por volta das 15h, a polícia foi chamada no bairro Loteamento Fernandes por uma vítima de 35 anos que relatou ter sido agredida, ameaçada e difamada pelo seu ex-companheiro de 57 anos. O autor foi localizado e encaminhado para a delegacia. No Centro da cidade, outra denúncia: o namorado, com a ajuda do seu padastro, agrediram uma vítima gestante que teve de ser hospitalizada. A vítima, encontrada no hospital, confirmou o acontecido. Após ter sido medicada e liberada, a polícia encaminhou todos os envolvidos para a delegacia.

O primo de uma vítima deu queixa de que o esposo de sua prima estava a agredindo com tapas. O caso aconteceu no Bairro Polivante em Xique-Xique. O marido da vítima, de 20 anos, foi conduzido para a delegacia.

Em Cafarnaum, um homem agrediu sua mulher com socos após uma discussão. A mulher de 29 anos foi encontrada pela polícia em casa acompanhada de familiares, mas apresentava lesões e hematomas no rosto e no corpo. Ela relatou que seu namorado de 35 anos, com ciúmes, iniciou uma discussão e agrediu, depois foi embora do local. A polícia não conseguiu encontrar o agressor.

As informações foram trazidas no release divulgado pelo Comando de Policiamento da Região da Chapada e compreende os dias 9 a 12. O recorte mostra um retrato infeliz do fim de semana prolongado no país. No Brasil, uma mulher morre a cada 9 horas, neste período de pandemia. O levantamento compreende os meses de março a agosto. A Bahia ocupa o pódio, atrás de São Paulo e Minas Gerais. Por aqui foram 49 mortes no período. Os dados são do segundo monitoramento Um Vírus e Duas Guerras, feito por parceria entre sete veículos de jornalismo independente, que visa monitorar a evolução da violência contra a mulher durante a pandemi

Em Irecê, a Ronda Maria da Penha faz vistorias no município e atende as mulheres vítimas de todos os tipos de violência. A Ronda Maria da Penha é comandada pela capitã Sheila Karine Silva Dias e conta com policiais capacitados para atuar nos casos de delitos contra a mulher e em especial nos casos de medidas protetivas.

Por Ales Alves