O mundo voltou seus olhos para a Capela Sistina nesta quinta (08), onde os cardeais reunidos em conclave elegeram o novo Sumo Pontífice da Igreja Católica. Após a votação, a fumaça branca subiu da chaminé sobre o Vaticano, anunciando ao mundo que a Igreja tem um novo líder: o Cardeal Robert Francis Prevost, que adotou o nome de Leão XIV.  

O novo Papa, de 69 anos, é natural de Chicago, nos Estados Unidos, e se torna o primeiro papa norte-americano da história da Igreja. É também o primeiro pontífice vindo de um país de maioria protestante.

Apesar da origem norte-americana, Prevost construiu grande parte de sua trajetória religiosa na América Latina, especialmente no Peru. Foi lá que se destacou até alcançar os cargos mais altos da Cúria Romana.

Ao ser eleito, ocupava duas funções importantes no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela nomeação de bispos — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.

Sua eleição marca um momento histórico, especialmente por vir logo após o papado do Papa Francisco que foi marcado pelo seu progressismo e foco na humildade, misericórdia e preocupação com os mais necessitados.

Francisco promoveu reformas na Igreja, incentivou o diálogo e a unidade, e se posicionou contra o racismo, machismo e guerras. Também foi o primeiro papa latino-americano e da ordem dos jesuítas, e sua eleição foi a primeira após uma renúncia em mais de 600 anos.

Milhares de fiéis se reuniram na Praça de São Pedro para acompanhar o anúncio, aguardando ansiosamente a tradicional saudação "Habemus Papam" proferida pelo Cardeal Protodiácono, Dominique Mamberti. Quando o nome foi revelado, aplausos e cantos ecoaram pelo Vaticano, enquanto o novo Pontífice apareceu pela primeira vez na sacada da Basílica de São Pedro para abençoar a multidão.  

Em seu primeiro discurso, Leão XIV pediu orações e enfatizou a continuidade do legado de Francisco. Analistas acreditam que seu pontificado poderá ser marcado por tendências de continuidade reformista, enfoque em diálogo inter-religioso e combate a crises internas.  

O conclave, que começou ontem (07), contou com a participação de 133 cardeais eleitores, seguindo os rígidos protocolos de segredo e oração. A escolha ocorre em um momento de desafios para a Igreja, incluindo a necessidade de engajar os membros, adaptar-se às mudanças culturais e tecnológicas, lidar com questões sociais e políticas, e manter a sua relevância num mundo cada vez mais secularizado. Além de enfrentar os diversos escândalos em que a Igreja tem se envolvido, e quem tem cada vez mais vindo à tona, nos últimos anos.

Agora, o mundo católico se prepara para a Missa de Inauguração do Pontificado, marcada para os próximos dias, onde Leão XIV receberá oficialmente o anel do pescador e o pallium, símbolos de sua autoridade espiritual.