Os cardeais da Igreja Católica reuniram-se nesta quarta (07) no Vaticano para o início do conclave, o processo secreto que definirá o próximo líder da Igreja. As portas da Capela Sistina foram fechadas no final da tarde em Roma (início da tarde no horário de Brasília), isolando os eleitores do mundo exterior até que um novo papa seja escolhido.
Este é o terceiro conclave do século 21 – os anteriores elegeram Bento 16 (2005) e Francisco (2013). O processo, que segue regras praticamente inalteradas há oito séculos, pode durar dias ou até semanas.
Como funciona a eleição?
Apenas cardeais com menos de 80 anos podem votar – atualmente, 133 estão habilitados (dois alegaram problemas de saúde). Qualquer católico batizado pode, teoricamente, ser eleito, mas historicamente o cargo fica com um dos cardeais.
As votações ocorrem na Capela Sistina, com quatro sessões diárias (duas de manhã e duas à tarde). Cada cardeal escreve seu voto em uma cédula, queimada após a apuração. Fumaça preta indica votação inconclusiva; branca, a eleição de um novo papa.
Nesta quarta, os cardeais fizeram um juramento de sigilo e podem realizar uma primeira votação simbólica. A fumaça, se houver, deve ser vista por volta das 19h em Roma (14h em Brasília).
Quem são os favoritos?
A eleição papal é imprevisível – em 2013, Jorge Bergoglio, então fora das listas de favoritos, tornou-se Francisco. Desta vez, alguns nomes ganham destaque:
- Pietro Parolin (Itália): Ex-secretário de Estado do Vaticano, é visto como um continuador das reformas de Francisco.
- Luis Antonio Tagle (Filipinas): Popular e pastoral, poderia ser o primeiro papa asiático.
- Fridolin Ambongo Besungu (Congo): Representante de uma África em crescimento na Igreja.
- Peter Turkson (Gana): Favorito em 2013, seria o primeiro papa africano em 1,5 mil anos.
- Matteo Zuppi (Itália): Progressista, defensor dos pobres e da inclusão LGBTQIA+.
Outros nomes incluem cardeais da Hungria, Alemanha, EUA e França. O Brasil tem sete representantes, mas nenhum é cotado como forte candidato.
Quando saberemos o resultado?
Se um papa for eleito, a fumaça branca e os sinos do Vaticano anunciarão a decisão. O novo pontífice terá cerca de uma hora para vestir as insígnias papais antes de se apresentar ao mundo com o tradicional "Habemus Papam".
Historicamente, conclaves recentes duraram entre dois e cinco dias. Os últimos dois (2005 e 2013) terminaram em 48 horas.
Enquanto isso, o mundo aguarda – e a Capela Sistina permanece em silêncio.